segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
O que te faz ser você.
Nesses últimos dias, últimos vividos e primeiros de 2012, tratei de fazer aquela reviravolta costumeira nos pertences e armários e gavetas e cômodas e maleiros e estantes e caixas e demais ambientes acumuladores de quinquilharias e documentos e papéis que cedo ou tarde vão para o lixo. Nessa empreitada que já tornou-se costumeira; não apenas para mim, mas acredito que milhões percorrem estes mesmos passos a cada início de ano, é como pular sete ondas, comer lentilha, fazer a simpatia da romã, enfim, rituais de passagem recorrentes de vários anos de tentativas de renovação que muitas vezes duram até fevereiro quissá até depois do carnaval; acaba-se redescobrindo por onde você andou no ano ou muitas vezes por onde você andou durante sua vida. Os mais desapegados acumulam apenas o que precisam para o ano, os mais nostálgicos, tal como este que vos fala, acumulam lembranças que ocupam mais espaço que quaisquer outros pertences. Logicamente que o processo de "releitura" do que se quer para o novo ano retirando tudo o que há no seu "habitat", torna-se um processo deveras demorado, afinal cada pedaço de papel é minuciosamente analizado e tudo o que foi vivenciado com aquele pedaço de papel volta a memória. Desenhos, antigos trabalhos de faculdade, revistas, quadrinhos, bilhetes, notas pessoais, contas, brinquedos, enfim uma infinidade de pequenos formadores de caráter ou grandes formadores de ociosidade. Todo ano que reviro esse (pequeno para todos e imenso para mim) tesouro, relembro como me tornei o que sou hoje, o por que que fuji de certas situações, para onde me direcionei e com quem me apeguei nesses anos. Não é fácil fazer essa análise. Muitas vezes o resultado é decepcionante. Porém todas as reflexões advindas dessa tarefa são ótimas. Através delas é que o poder surge em suas mãos. Você viu aonde queria chegar, se chegou pode utilizar das memórias para ir mais longe, se não chegou está vendo aonde queria ter chegado e não só pode como deve botar pra funcionar a mente para atingir seus sonhos e pretensões. Guardei muita coisa, relembrei de muitas outras, mas decidi liberar o espaço. O que guardei por que me lembrava daquele tempo me desfiz. Não esqueci do que passou, nuca vou esquecer, mas acredito que me apeguei demais ao que já foi e me esqueci de ser o que é e de ver o que será. O que tenho na mente ninguém tira. Ter me desapegado daquilo tudo as vezes dói, mas é a dor do tempo. Nunca se esqueça de quem você é e de quem foi, nem tenha vergonha, se esponha mais, é de erros que os acertos são feitos. E viva a diferença, e viva a tolerância, e viva os sorrisos. Chore, ria, sofra, grite, se declare, caia, se machuque, levante, se jogue, pule, ame, beije, cheire, coma, se empanturre, reclame, lute, viva.
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Adorei, francis! O blog, o texto, o contexto e as conclusões. Demais! Parabéns! Beijo.
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