Paradigma burro

Alguns dias atrás li uma notícia um tanto quanto perturbadora, um pastor de uma certa igreja bolinava crianças dentro das dependências da igreja. As crianças falaram aos seus pais, mas os pais, como bons cristãos com os olhos vendados pelo negócio camuflado de religião, não acreditaram em suas palavras, afinal criança só fala bobagem mesmo e alem do mais o pastor é um homem de Deus. Pois bem, foi colocada uma câmera escondida que realmente flagrou o "intocável" homem de Deus realizando seus atos perversos.
Hoje leio a seguinte notícia: "Corporativismo e mensalão acirram debate sobre CNJ (Conselho Nacional de Justiça)". O teor da notícia era a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o alcance do poder de investigação do CNJ, ou seja, há uma ação judiciária que tem por finalidade derrubar a prerrogativa do CNJ em investigar juízes, afirmando que isso seria inconstitucional.
Essas duas notícias possuem a mesma essência, ainda existem "seres" considerados superiores. Todos somos conrrompidos, sem excessão. Não estou dizendo que a humanidade não tem salvação, que somos todos uns podres querendo ver o próximo se retorcer em miséria ou coisa parecida, ao contrário, acredito muito na capacidade do homem. Mas suas capacidades são tanto para fazer coisas boas como coisas ruins, não há separação de quem é bom e quem não é, todos são tão gentis e bondosos quanto rudes e mesquinhos. Eu duvido que exista alguem que nunca fez algo que prejudicasse alguem sabendo a resultante da sua ação. Certamente muitos vão dizer que nunca fizeram nada para prejudicar alguem, uma vez que a hipocrisia também é uma de nossas "qualidades". Então, assumir que uma pessoa, que é um guia espiritual (o tal pastor) está acima de sentimentos mundanos, é assumir sua condição de escravo, submisso. E, correndo por fora, defender que juíz não é passível de erro é assumir sua condição de "rabo preso", pode investigar por que ali tá fedendo. E assim caminha nossa humanidade, achando que coisas ruins e "pecados" foram criados pelo diabo e que quem tem poder de julgar pode julgar que você, que questiona seus poderes, está contra a ordem social.

O bom e velho sistema

A grande máquina política é fantástica. Ela funciona perfeitamente e ainda é alimentada por aqueles que a desprezam. Vejam vocês que os vereadores da capital do Paraná, Curitiba, minha cidade natal e que eu sou profundamente apaixonado, votaram e estabeleceram um aumento de salários para eles próprios. Logicamente que o Prefeito desta cidade, o Sr. Luciano Ducci, poderia ter vetado essa decisão, afinal há uma lei orgânica (lei maior do município, Constituição Municipal) que assegura esse poder ao prefeito. No entanto ele se fingiu de morto, não disse que sim nem disse que não, isto posto meu nobre, como diria Fernando Gomes, os vereadores da capital paranaense terão um aumento, a partir de 2013, de, pasmem, 28%. Sim vocês entenderam direito, 28%. Maior reajuste que qualquer outro, sem mencionar os 6% anuais. Não estão satisfeitos? Ok tem mais. O senhor Valdir Rossoni, presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) aumentou as verbas de ressarcimento dos colegas deputados estaduais, que é a verba destinada a viagens, telefone, "rango" e outros gastos para o exercício da função, em 14,44%. Lógico que foi ele quem cortou o 14º e 15º salários que os deputados recebiam (o que 14º e 15º, que porra é essa) gerando um descontentamento entre os "coleguinhas", porém esse aumento vai sair mais caro que esses dois salários extras, a única diferença é que as verbas de ressarcimento devem ser justificadas e os salários não. Então é só entrar no Portal da Transparência e verificar aonde foram gastos tudo isso. Não. Lhes explico o por quê. O Portal da Transparência está sendo reformulado, sabe-se lá desde quanto e também sem previsão de volta ao ar, então esses "gastos" só apareceram depois que o dito portal estiver reformulado. Não é incrível? Essa verba será de R$ 31,4 mil por deputado, por mês. Mas seu Valdir Rossoni afirma que os deputados não precisam gastar tudo, veja só como ele está preocupado, o teto é que é de R$ 31.400,00, eles podem gastar até isso. Puxa que beleza não? Ai vem um neo-hippie achando que é o "do contra" e diz: "eu voto em branco por que esses caras não merecem meu voto". O animal, você vive num país de regime democrático, democracia não é feita só pra quem quer, é feita pra todos que estão "vivendo" sobre este chão e dentro dessas fronteiras. Democracia é a decisão da maioria para todos. Se a maioria decidir você é obrigado a aceitar, quer queira quer não queira. Em Curitiba a população é de 1.764.540, fonte IBGE 2011, se você não votar que diferença faz? O que os outros escolherem você está assinando embaixo. Isso não faz de você um cara engajado, ou um cara de grandes ideias, ou ainda alguém contra o sistema, isso faz de você um subjugado, você não é diferente, ao contrário, você é mais do que igual, por que está deixando que outros digam como e pra onde você deve ir, e nem é contra, é totalmente a favor. Então se está achando ruim, tome partido mané. Abrindo mão dos seus direitos você torna-se um completo BOSTA, com o perdão da palavra.

O que te faz ser você.

Nesses últimos dias, últimos vividos e primeiros de 2012, tratei de fazer aquela reviravolta costumeira nos pertences e armários e gavetas e cômodas e maleiros e estantes e caixas e demais ambientes acumuladores de quinquilharias e documentos e papéis que cedo ou tarde vão para o lixo. Nessa empreitada que já tornou-se costumeira; não apenas para mim, mas acredito que milhões percorrem estes mesmos passos a cada início de ano, é como pular sete ondas, comer lentilha, fazer a simpatia da romã, enfim, rituais de passagem recorrentes de vários anos de tentativas de renovação que muitas vezes duram até fevereiro quissá até depois do carnaval; acaba-se redescobrindo por onde você andou no ano ou muitas vezes por onde você andou durante sua vida. Os mais desapegados acumulam apenas o que precisam para o ano, os mais nostálgicos, tal como este que vos fala, acumulam lembranças que ocupam mais espaço que quaisquer outros pertences. Logicamente que o processo de "releitura" do que se quer para o novo ano retirando tudo o que há no seu "habitat", torna-se um processo deveras demorado, afinal cada pedaço de papel é minuciosamente analizado e tudo o que foi vivenciado com aquele pedaço de papel volta a memória. Desenhos, antigos trabalhos de faculdade, revistas, quadrinhos, bilhetes, notas pessoais, contas, brinquedos, enfim uma infinidade de pequenos formadores de caráter ou grandes formadores de ociosidade. Todo ano que reviro esse (pequeno para todos e imenso para mim) tesouro, relembro como me tornei o que sou hoje, o por que que fuji de certas situações, para onde me direcionei e com quem me apeguei nesses anos. Não é fácil fazer essa análise. Muitas vezes o resultado é decepcionante. Porém todas as reflexões advindas dessa tarefa são ótimas. Através delas é que o poder surge em suas mãos. Você viu aonde queria chegar, se chegou pode utilizar das memórias para ir mais longe, se não chegou está vendo aonde queria ter chegado e não só pode como deve botar pra funcionar a mente para atingir seus sonhos e pretensões. Guardei muita coisa, relembrei de muitas outras, mas decidi liberar o espaço. O que guardei por que me lembrava daquele tempo me desfiz. Não esqueci do que passou, nuca vou esquecer, mas acredito que me apeguei demais ao que já foi e me esqueci de ser o que é e de ver o que será. O que tenho na mente ninguém tira. Ter me desapegado daquilo tudo as vezes dói, mas é a dor do tempo. Nunca se esqueça de quem você é e de quem foi, nem tenha vergonha, se esponha mais, é de erros que os acertos são feitos. E viva a diferença, e viva a tolerância, e viva os sorrisos. Chore, ria, sofra, grite, se declare, caia, se machuque, levante, se jogue, pule, ame, beije, cheire, coma, se empanturre, reclame, lute, viva.

PRESSA

Hoje reparei que as pessoas estão cada vez mais apressadas, desesperadas para chegar ao seu destino. Mas pare um pouco e pense, qual é nosso destino? Não é a morte? Então para que a pressa? O interessante da coisa toda não é a viagem, não é o prazer de vivenciar as situações. Assisti a um filme certa vez, que agora não me recordo o nome, em que em uma certa altura do filme o professor falava para o aluno que gostaria de lhe mostrar uma coisa e então o leva a uma montanha que possui um caminho muito complicado e cheio de percalços. Quando chegam ao cume da montanha o aluno pergunta "e ai, o que você queria me mostrar", então o professor responde, "como assim o que eu queria lhe mostrar. Olha quanta coisa você viu e passou para chegar até aqui. Não viu nada? Olha quanta coisa lhe mostrei e você perdeu tudo". Achei uma lição muito valiosa. Estamos tão preocupados e ansiosos para que as coisas aconteçam que perdemos tudo o que passamos para chegar ali, não prestamos atenção nos meios só nos fins. Queremos ser felizes mas não nos damos conta das pequenas coisas que nos deixam contentes. Vamos desacelerar um pouco, botar os pés pra cima e curtir a viagem, por que ela vai durar o tempo que tiver de durar e só nos resta aproveitá-la.

"Yes we can-nabis"

Como primeira postagem decidi escrever sobre uma notícia que me chamou muito a atenção, ativistas australianos decidiram receber o presidente da maior potencia mundial, Barack Obama, com um baseado de dez metros em Camberra. A intenção é promover a maconha para uso exclusivamente medicinal. Acredito que realmente querem legalizar a "ganja" para este fim, mas tenho certeza que muita gente carregará consigo um atestado verdadeiro, assinado e carimbado por um membro do conselho de medicina, afirmando que o usuário tem o direito de fumar o seu bagzinho numa boa, afinal ele deve sofrer de algum distúrbio patológico diagnosticado pelo "brother", digo, doutor. Não acho que a maconha seja de todo mal, comparada ao cigarro tem muito mais benefícios, o que se sente e pensa quando se está sob o efeito da "danada" muitas vezes lhe ajuda em determinados assuntos cotidianos, ou lhe mostra situações de um outro ponto de vista, já o tabaco, até aonde eu sei, não possui nenhum efeito positivo. Como diz um amigo meu, "nem fazer a cabeça ele não faz". Não estou fazendo apologias, de forma alguma, mas acho que existem muitas outras coisas tão ou mais nocivas ao ser humanao do que o famoso "tapa na pantera". E além do mais um dos mais famosos disseminadores da "grama verde", Bob Marley, foi um dos maiores pacifistas já conhecidos no mundo, quem sabe se Barack Obama não se compadece do poder de Jah e faz um fumacê pela casa branca. No oriente médio também acho que um peguinha não ia fazer mal nenhum, quem sabe a galera não se unisse em uma só nação, com dreadlocks e um festival de reggae em Meca. Make love not war.